Sobre

Heranças do Gama é um convite a viajar, não por mares, mas por sabores, histórias e saberes que moldaram o mundo à nossa volta (e que colocamos no prato).

Inspirado na odisseia portuguesa das especiarias, aqui exploramos como ingredientes minúsculos, como um grão de pimenta ou um fio de açafrão, tiveram o poder de mover impérios, transformar culturas e influenciar a medicina, a ciência e o prazer de comer.

Aqui, cruzam-se:

  • Histórias das especiarias que mudaram o mundo

  • Alguns factos científicos sobre saúde, bioquímica e cultivo

  • Receitas e tradições vindas de diferentes continentes

  • Curiosidades botânicas e práticas sustentáveis

A proposta é simples: aproximar um público curioso desse universo tão antigo quanto atual, com textos leves, bem documentados, e que despertem o paladar e a imaginação.

Por que “Heranças do Gama”?

Porque Vasco da Gama não significa só descobertas e conquistas, não levou só canhões e caravelas. Trouxe de volta o perfume da canela, o ardor da pimenta, e o início de um entrelaçamento entre mundos. Esta foi a viagem que iniciou uma nova era do mundo, onde o tempo medieval ficou mesmo para trás e onde começa a era moderna.
Este blog é, também, uma forma de reconhecer que as especiarias carregam memórias, conflitos, saberes e encontros… São heranças partilhadas.

Quem escreve

Como qualquer outra pessoa nascida em Sines, cresci com a memória coletiva do mais ilustre filho da terra. Ele está presente no castelo, na praia, no mar… Crescer em Sines nos anos 80 significa também aprender a História dos Descobrimentos numa altura em que era (talvez demasiado) glorificada. Falava-se muito de conquistas e tesouros e pouco do custo humano dos conflitos e das consequências. Curioso que, quando se aprendia sobre tesouros, eram sobretudo o ouro e a prata que eram mencionados. Só mais tarde vim a percebr que houve tesouros que trouxeram uma influencia ainda mais transformadora da nossa cultura e gastronomia. Certo é que o gosto pela História e pelas nossas histórias nunca me abandonou.

E, tal como aconteceu com muitas das pessoas nascidas em Sines nessa altura, também no meu caso o futuro fez-se em Lisboa. Foi a altura da descoberta da ciência, da química e das ligações entre aquilo que se produz e aquilo que ocorre naturalmente. À medida que os anos vão passando acredito cada vez mais que não há invenções humanas que se consigam sobrepor à sabedoria da Natureza. Qualquer coisa que julguemos fazer, é certo que a Natureza já antes arranjou forma de o fazer… e de fazer melhor. A nós cabe-nos a tarefa de desvendar e compreender esses mecanismos e usá-los da melhor forma. E haverá forma mais portuguesa de o fazer do que à volta da mesa? 

A intenção de escrever estes textos não é de inventar nada, isso deixo para quem sabe. A ideia é apenas aproximar mundos, o mundo da História com o da Culinária, o mundo da Ciência com o da(s)  Cultura(s). Uso todas as referências que encontro, desde que consiga confirmar que são válidas e vão poder encontrá-las ao longo dos textos. Sobretudo move-me a curiosidade sobre estes temas. Os momentos em que se revela uma ligação entre um determinado sabor e o efeito biológico que essa substância provoca ou entre a uma decisão tomada há mais de 500 anos e o  nascimento de toda uma nova forma de cozinhar são espantosos… espero que os achem tão fascinantes como eu.

 

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